segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

COLITE ALÉRGICA

Colite é uma inflamação no intestino.
Na colite alérgica, essa inflamação é causada pelo contato de proteínas alergênicas alimentares com o intestino, provocando lesões microscópicas e sofrimento intestinal.
A principal causa de colite alérgica em bebês e crianças é a ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA (APLV).

E a principal manifestação da colite alérgica é DIARREIA COM SANGUE E MUCO.

Portanto, na colite alérgica, o paciente pode apresentar qualquer um desses SINAIS E SINTOMAS:
- DIARREIA (que é o aumento do número de evacuações e/ou a mudança da consistência das fezes para mais amolecidas);
- Fezes com sangue e muco;
- Cólicas intestinais intensas;
- Distensão abdominal (barriga muito inchada);
- Irritabilidade intensa.

É importante frisar que MUCO ISOLADO não é considerado reação alérgica de colite, ou seja, se a criança apresentar muco (catarro) nas fezes sem outros sintomas, é considerado normal. Mas se apresentar fezes com muco e sangue ou presença de muco nas fezes e cólicas intensas ou muco nas fezes e irritabilidade intensa, ou seja, fezes com muco e mais algum outro sintoma, aí sim é considerado reação alérgica.

O bebê com APLV não mediada por IGE (saiba no Post sobre APLV) geralmente precisa de um período entrando em contato com leite para apresentar os sintomas da colite, esse tempo varia de 7 dias a 2 meses em média, mas pode demorar mais. Esse contato pode ser direto ao ingerir leite (fórmulas para lactentes) ou indireta, através da ingestão de leite materno e a mãe consumindo leite, derivados e alimentos contendo leite.
O tratamento da colite alérgica é a exclusão do alimento alergênico da dieta, no caso da APLV, a proteína do leite de vaca deve ser retirada da dieta por um período que varia de 3 meses a 5 anos. (Saiba mais: cura da APLV)
Se seu filho apresenta esse quadro clínico, procure um gastropediatra para acompanhamento e tratamento.
Dra Daniela Mendonça
Gastropediatra
CRM SC 20908


Aspecto das fezes com sangue e muco


quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

FRUTOSEMIA

FRUTOSEMIA OU INTOLERÂNCIA HEREDITÁRIA À FRUTOSE

A FRUTOSEMIA é uma doença genética que ocorre a deficiência da enzima frutose-1-fosfato aldalase B que serve para digerir a FRUTOSE que é o açúcar das frutas, de alguns legumes e do mel. Como o organismo não consegue digerir a frutose, essa se acumula no fígado, rins e intestino, que acarreta vários problemas ao paciente.

O diagnóstico é pensado quando a criança começa a apresentar sintomas após comer frutas, como:
- Dor abdominal
- Vômitos
- Palidez e sudorese
- Letargia (a criança fica mole e sonolenta)
- Hipoglicemia (abaixa o açúcar no sangue)
- Convulsão
- Icterícia (coloração amarelada dos olhos e da pele)
- Aumento do tamanho do fígado

Os exames para confirmação da frutosemia são: 
- Teste de tolerância a frutose (não indicado para a maioria dos pacientes pelos riscos);
-  Pesquisa da deficiência da enzima aldolase (pela biópsia do fígado) 
-  Pesquisa genética da mutação 
(mas como existem várias mutações, esse exame negativo não exclui o diagnóstico).

Portanto, quem tem frutosemia NÃO PODE ingerir frutas, doces, açúcar (sacarose), sorbitol e mel por toda a vida.

Abaixo segue uma tabela dos alimentos permitidos e proibidos na FRUTOSEMIA:

Alimentos permitidos
Alimentos proibidos
Leite materno
Fórmulas infantis com sacarose ou frutose
Fórmulas infantis sem sacarose ou frutose
Frutas (exceto limonada e abacate)
Carne, aves, peixe, ovos
Produtos preparados com açúcar (incluindo carnes processadas)
Leite e produtos lácteos sem adição de açúcar
Frutose
Gorduras sem adição de açúcar
Sorbitol
Gelatina, chá, café
Sacarose (açúcar da cana, açúcar de beterraba, glacê)
Vinagre
Mel, melaço
Glicose, galactose, lactose
Medicamentos com açúcar na composição. Dar preferência para comprimidos
Vegetais (escarola, alface, espinafre, aipo)

Vegetais só 2 vezes por semana (brócolis, couve-flor, rabanete, pimentão verde, pepino)

Cereias (arroz branco, farinha de centeio, farinha de trigo branca)

Cereais só 2 vezes por semana (creme de arroz, creme de trigo, farinha de aveia, farelo de trigo)





Assista minha entrevista sobre frutosemia






quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Doença de HIRSCHSPRUNG

A Doença de HIRSCHSPRUNG, também conhecida como aganglionose intestinal congênita ou Megacólon Congênito, é uma doença caracterizada pela ausência de células ganglionares nos plexos nervosos do intestino.
Em resumo, uma parte do intestino nasce sem a inervação e por isso, a musculatura intestinal não consegue fazer a contração correta para levar as fezes até o reto e portanto, não conseguem evacuar.
As crianças com doença de HIRSCHSPRUNG apresentam intestino preso / constipação intestinal grave (ficam mais de 2 semanas sem fazer cocô), aceitam menos a alimentação, ganham pouco peso (e até ficam desnutridas) e geralmente têm barriga grande e estufada.
O diagnóstico é dado através de um RX contrastado (enema opaco), manometria anorretal e biopsia. 
O tratamento é sempre CIRÚRGICO.
Portanto, se seu filho tem intestino preso, procure um gastropediatra para investigação e tratamento correto.

Dra Daniela Mendonça
Gastropediatra
CRM SC 20908