segunda-feira, 31 de outubro de 2016

DESFRALDE


Oies bom dias, esse tópico sobre o desfralde é muito  interessante e ajuda muito a entender como funciona o desenvolvimento da criança, se vc é mãe / pai e está passando por essa fase, dá uma lidinha.
A retirada das fraldas é um marco de crescimento extremamente importante na primeira infância: sai de cena o bebê que deita para receber cuidados e entra uma criança que precisa ser mais independente e autônoma para fazer por si mesma. 
É necessário que a criança tenha as condições de entender o processo para que ela possa ser desfraldada sem que isso cause transtornos emocionais, psicológicos e até clínicos. Algumas crianças que ainda não estão preparadas para esse processo podem evoluir com constipação intestinal (intestino preso) ou infecção urinária, por isso é preciso avaliar se a criança está realmente preparada para o desfralde.
Cada criança é única e precisa ser acompanhada individualmente. Normalmente, qualquer tentativa antes dos 2 anos, pode ser frustrante para todos. O desenvolvimento neuropsicomotor da criança deve ser respeitado e sabemos que os esfíncteres que controlam as eliminações de urina e fezes estão maduros neurologicamente entre 2 anos e meio a 3 anos de idade.
Portanto, devemos observar fases da criança para iniciar o desfralde:
- FASE -1 – A criança consegue te avisar que FEZ
Essa percepção da criança em sentir que está com xixi ou cocô demonstra que ela está iniciando o processo do desfralde, mas precisa ter as 3 fases associadas para obter sucesso com a retirada das fraldas.
FASE -2 – A criança consegue te avisar que ESTÁ FAZENDO
Nessa fase, a criança começa a ter a sensação da passagem de suas eliminações pelo reto e pela uretra, mas ainda não consegue reter ou segurar. Ou seja, falta a consciência do ato.
FASE -3 – A criança consegue te avisar que QUER FAZER
A criança já consegue avisar, controlar e segurar as fezes e urina. É nessa fase que o desfralde deve ser realizado e será rápido, tranquilo e sem traumas.
O ideal é respeitar o tempo de cada criança, dar apoio emocional e motivar para que o desfralde seja realizado de forma tranquila e segura.


Assista meu vídeo sobre DESFRALDE  com a psicóloca Ana Paula Petry no site:
http://www.licencamaternidade.com/paternidade/dicas-para-um-desfralde-tranquilo/

Dra Daniela Mendonça 
Gastropediatra 
CRM SC 20908
Qualquer dúvida, me escreva aqui ou via email: danielagastropediatra@outlook.com
 

domingo, 30 de outubro de 2016

Dessensibilização oral - APLV

Recentemente começou a circular na internet sobre um tratamento para as alergias alimentares / alergia a proteína do leite de vaca ( APLV ) chamado dessensibilização oral ou imunoterapia oral, então resolvi abordar o assunto.
A dessensibilização oral a alimentos consiste na oferta de doses ínfimas e crescentes dos alimentos (especialmente leite e ovo) em intervalos regulares, para que se obtenha um condicionamento do organismo a não reagir a determinadas porções dos alimentos que causam alergias. O procedimento deve ser realizado apenas por médicos experientes, em ambientes preparados para o controle de possíveis reações.
As indicações atuais da dessensibilização oral são os pacientes maiores de 5 anos de idade com alergia alimentar mediada por IgE, que são as alergias mais graves e persistentes.
Na dúvida, procure um médico especialista: gastropediatra ou alergista pediátrico.
Dra Daniela Mendonça 
Gastropediatra
CRM SC 20908



FPIES

FPIES (Food Protein Induced Enterocolitis Syndrome) ou Síndrome da Enterocolite Induzida por Proteína Alimentar é uma hipersensibilidade gastrointestinal a alimentos, não mediada por IgE.
A criança com FPIES normalmente apresenta vômitos repetitivos, diarreia e resposta inflamatória sistêmica que pode evoluir com desidratação aguda, letargia e queda de pressão arterial seguida choque hipovolêmico (15–20% dos pacientes).
No início, a criança apresenta regurgitação frequente e sangue nas fezes. Por essa razão é comum suspeitar de alergia a proteína do leite de vaca. O diagnóstico diferencial normalmente é feito após a reexposição ao alérgeno quando a criança apresenta o padrão sintomático agudo de FPIES: cólicas intensas, irritabilidade e vômitos abundantes de 2 (duas) à 6 (seis) horas após a ingestão do alimento.
A FPIES é considerada a mais grave das hipersensibilidades alimentares gastrointestinais não mediadas por IgE. Por essa razão, sua gravidade deve ser considerada assim como a reação anafilática entre as crianças com alergia alimentar.
O diagnóstico da FPIES, assim como da alergia alimentar, é baseado na história clínica, dieta isenta dos alérgenos suspeitos, seguida do teste de provocação oral. Na FPIES os testes alérgicos que medem a presença de IgE específica para os alimentos no sangue (RAST, ImmunoCap) e na pele (prick test) são negativos. Endoscopia e biópsias não são rotineiramente realizadas, pois além de serem exames invasivos não fornecem um resultado diferencial.
A FPIES é normalmente desencadeada pelo leite de vaca ou soja, sendo que cerca de 50% dos pacientes reagem aos dois alimentos. Além desses, um dos alimentos mais associados à FPIES é o arroz, seguido da aveia.
O tratamento da FPIES é semelhante ao da alergia alimentar, é preciso seguir a dieta isenta das proteínas que desencadearam a reação.
Dra Daniela Mendonça
gastropediatra
CRM SC 20908
Dúvidas: mensagens aqui ou mande um email para danielagastropediatra@outlook.com

sábado, 29 de outubro de 2016

Esofagite Eosinofílica

A esofagite eosinofílica é uma doença crônica imunomediada caracterizada por sintomas semelhantes aos da doença do refluxo gastroesofágico, mas com infiltração eosinofílica do epitélio esofágico.
Os pacientes com esofagite eosinofílica podem apresentar como queixas:

- Disfagia (dificuldade para engolir)

- Impactação alimentar (sensação do alimento ficar parado na garganta )

- Dor torácica 

- Vômitos 
- Dor abdominal 
Nesses casos, há indicação de endoscopia digestiva alta e biópsia. 
Nos resultados das biópsias são vistos eosinófilos (15 ou mais) no tecido do esôfago. 
Os eosinófilos são células inflamatórias também encontrados em processos alérgicos. Por isso, há uma relação entre doenças alérgicas (alergia alimentar, asma, dermatite atópica) com a esofagite eosinofílica, mas a real causa da doença ainda é desconhecida.

O tratamento é baseado na dieta elementar ou na eliminação de um ou vários alimentos alergênicos, conforme exames e prick test. Além da dieta, são utilizadas medicações específicas - corticóides e inibidores de bomba de prótons.
O tratamento é longo com necessidade de controle endoscópico periódico para avaliar se está melhorando.

É uma doença complexa, que ainda precisa de mais estudos.
Dra Daniela Mendonça 
gastropediatra 
CRM SC 20908

Dúvidas? Envie mensagem ou envie email: danielagastropediatra@outlook.com



Manteiga Ghee X APLV

A manteiga Ghee é o óleo purificado da manteiga, onde toda a água e os elementos sólidos e toxinas da gordura do leite e a maioria da lactose são removidos.
O método é simples e artesanal: manteiga fresca aquecida em fogo baixo, em banho maria ou direto na panela até ela derreter e formar 3 camadas visíveis e muito distintas: espuma branca em cima - que são as toxinas e impurezas da manteiga – gordura pura no meio (manteiga ghee) e no fundo os resíduos sólido de leite. Depois de esfriar, com uma colher você vai retirando a espuma de cima até sobrar as outras duas fases, amarela de gordura e branca de leite. Descarte a camada de leite e fique apenas com a gordura. A gordura que sobrou, é a manteiga Ghee.

Como o processo de fabricação da Ghee é artesanal não tem como remover todas as proteínas do leite.

Portanto, a manteiga Ghee tem PROTEÍNA DO LEITE DE VACA e NÃO deve ser consumida pelos alérgicos a proteína do leite de vaca (APLV).
Essa é a recomendação dos órgãos de imunologia/alergia (FARE-Food Allergy Research e Education, American College of Allergy, Asthma e Immunology, ASBAI-Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia).
Dra Daniela Mendonça 
Gastropediatra 
CRM SC 20908

Dúvidas? Me escreva: danielagastropediatra@outlook.com


Traços de leite - APLV

Quando é dado o diagnóstico de Alergia a proteína do leite de vaca ( APLV ), além da exclusão do leite de vaca e derivados, pedimos a mãe para não ingerir traços de leite (quando está amamentando) e não deixar a criança entrar em contato com traços de leite.

Mas o que são traços de leite? 

São pequenas contaminações da proteína do leite em alimentos e utensílios que já entraram em contato com leite.


Alguns alimentos que não contêm leite, como o pão francês, são manipulados nos mesmos locais de alimentos contendo leite, portanto contém traços de leite. Assim como a maioria dos alimentos em restaurantes e lanchonetes.

Na indústria alimentícia, essa questão é mais rigorosa, então quando se compartilha maquinário mesmo que higienizado, já é considerado contendo traços de leite.

Na nossa cozinha, devemos separar os utensílios de plástico e a esponja, como são porosos acabam absorvendo o leite. Portanto, a mamadeira (de plástico) que já entrou em contato com a proteína do leite de vaca deve ser substituída por uma nova. Utensílios de vidro e inox não contaminam, mas o ideal é deixar tudo separado de uso da mãe e do bebê.

E até quando precisamos controlar os traços? Essa resposta é difícil, mas o ideal é manter esse controle pelo menos 30 a 45 dias após a melhora dos sintomas do paciente. Atualmente já se sabe que após um período do paciente estável é importante a reintrodução gradual dos traços de leite.
Não podemos esquecer que a APLV vai melhorar com o tempo e que 95 % dos pacientes se tornam tolerantes (curam) até 5 anos de idade.
Dra. Daniela Mendonça 
Gastropediatra 
CRM SC 20908

Qualquer dúvida, me escreva aqui ou via email: danielagastropediatra@outlook.com

APLV - Alergia a Proteína do Leite de Vaca

ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA (APLV)

Alergia é uma reação do sistema imunológico a algo que ele considera estranho, no caso da APLV, a reação é contra as proteínas do leite de vaca.

O reconhecimento e o diagnóstico ainda são difíceis, uma vez que ainda não há um teste único ou combinação de exames para definição, sendo o diagnóstico na maioria das vezes realizado pelos sintomas clínicos.

Além disso, cada criança pode apresentar uma forma e intensidade diferente da APLV.

Os sintomas são variados e podem ser separados conforme o tipo de mecanismo imunológico.


• Alergia NÃO mediada por IgE :
(não há produção do Anticorpo IgE)
- Sangue e muco nas fezes 
- Diarréia persistente
- Vômitos /regurgitações 
- Refluxo gastroesofágico de difícil controle
- Baixo ganho de peso
- Distensão abdominal
- Cólicas abdominais intensas
- Irritabilidade extrema
- Assaduras recorrentes ou de difícil tratamento


• Alergia mediada dor IgE (Reações Imediatas)
(Existe produção do Anticorpo IgE)
- Síndrome de alergia oral (fica vermelho ao redor da boca após contato com o leite)
- Anafilaxia gastrointestinal (vômitos e diarréia logo após ingerir leite)
- Urticária (manchas vermelhas na pele)
- Angioedema (incha os olhos e a boca)
- Rinite e conjuntivite alérgicas
- Choque anafilático


• Alergia mista (há envolvimento dos dois mecanismos)
- Dermatite atópica
- Asma Brônquica
- Esofagite eosinofílica


O tratamento é NUTRICIONAL, portanto a proteína do leite de vaca deve ser excluída da dieta da criança por um período que pode variar de 6 meses a 5 anos, mas alguns poucos casos por mais tempo. 
Atualmente são usados “leites especiais” para a substituição do leite de vaca, que são as fórmulas extensamente hidrolisadas ou à base de aminoácidos, sendo as únicas indicadas para uma dieta adequada em crianças com APLV. Quando o bebê mama leite materno, a dieta de exclusão é feita na mãe e o leite materno sempre deve ser mantido.
Algumas crianças APLV também reagem a proteína da soja e nesses casos, também deve ser retirada da dieta.
O importante é que a maioria das crianças melhoram, ou seja, se tornam tolerantes a proteína do leite de vaca, mas para que isso aconteça é necessário a exclusão da proteína alergênica da dieta por um tempo.
Os pais e a família das crianças com APLV precisam de apoio e informações claras, por isso, procurem um bom pediatra ou gastropediatra ou alergista pediátrico para acompanhar. 
Seu filho precisa de uma consulta bem feita e de um profissional competente, atencioso e disponível, que explique sobre a alergia e esteja acessível para as dúvidas e intercorrências que poderão surgir.


Assista minha entrevista sobre APLV:


Dra Daniela Mendonça
Gastropediatra
CRM SC 20908

Qualquer dúvida, entre em contato: danielagastropediatra@outlook.com


Palestra sobre APLV, não percam !

Oies, dia 12/11/16 às 9:30 (sábado de manhã) no SESC Itajaí vai acontecer a palestra sobre APLV (Alergia a proteína do leite de vaca).

Estão todos convidados: pais e familiares de crianças com APLV, professores e diretores de escolas que lidam com crianças alérgicas, profissionais de saúde (médicos, nutricionistas, enfermeiros, psicólogos, etc), e qualquer pessoa que tenha mais interesse em saber sobre alergia alimentar.
A palestra dura em média uma hora e meia, no final respondemos todas as dúvidas e é um evento gratuito com o intuito de divulgar informação correta.
Inscrições via email : anap.petry@gmail.com
Qualquer dúvida me escreva: danielagastropediatra@outlook.com
ou
https://www.facebook.com/danielagastropediatra/
Divulguem, é um encontro muito produtivo 

Doenças tratadas na Gastropediatria

GASTROENTEROLOGIA PEDIÁTRICA

  • Refluxo gastroesofágico
  • Constipação intestinal
  • Dor abdominal
  • Diarréia
  • Alergia alimentar
  • Alergia a proteína do leite de vaca
  • Intolerância à lactose
  • Doença celíaca
  • Doença inflamatória intestinal
  • Sangramentos gastrointestinais

HEPATOLOGIA PEDIÁTRICA

  • Hepatites virais (A, B e C)
  • Hepatite auto-imune
  • Icterícia (amarelão)
  • Hipertensão porta
  • Esteatose hepática
  • Alterações laboratoriais da função hepática

Locais de atendimentos

Atualmente atendo no Balneário Camboriú SC:












Dra. Daniela, um pouco mais sobre mim :)

Olá pessoal, sou a Dra. Daniela Mendonça, sou gastropediatra e amo muito o que faço.
Tenho: um site: 
E resolvi também criar o blog para que as pessoas que não têm facebook tenham acesso as matérias que escrevo na fanpage.

Sou de Guarulhos SP, mas quando criança meus pais foram trabalhar no interior do Pará e fiz a faculdade de medicina na Universidade do Estado do Pará (UEPA), formando no final de novembro de 2004.
Realizei a residência médica de Pediatria em Campinas SP na UNICAMP de 2005 a 2007 e prossegui a especialização em Gastroenterologia e Hepatologia Pediátrica de 2007 a 2008 também na UNICAMP.
Possuo Título de Especialista em Pediatria e na área de atuação de Gastroenterologia Pediátrica conferido pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
Além da experiência de 12 anos como pediatra e Gastropediatra há 10 anos, atuei como pediatra e gastropediatra por 6 anos na PUC Campinas e fui concursada como pediatra em Campinas e como gastropediatra pelo município de Sumaré SP.
Atualmente, atuo como gastropediatra no Balneário Camboriú e em Itajaí SC