sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Diarreia aguda #repost

DIARREIA E VÔMITOS – GASTROENTERITE AGUDA

Com a chegada do verão há uma maior disseminação de enterovírus que são vírus que têm preferência pelo intestino e por isso causam GASTROENTERITE AGUDA / DIARREIA AGUDA, que é a famosa VIROSE.
Outra causa muito comum de diarreia e vômitos nessa época, é a INTOXICAÇÃO ALIMENTAR devido à má conservação dos alimentos e/ou contaminação dos alimentos após manipulação por pessoas que não realizaram a lavagem das mãos de forma adequada.

Os sintomas são:
- DIARREIA – aumento do número de evacuações e/ou mudança da consistência das fezes para mais amolecidas e líquidas
- VÔMITOS e NÁUSEAS
- DOR ABDOMINAL
- MAL ESTAR GERAL
- Pode ou não ter FEBRE

# Indicações de ir ao HOSPITAL para atendimento médico:
* Sinais de DESIDRATAÇÃO:
- Boca seca
- Olhos fundos e sem lágrimas
- Sem diurese (xixi) há mais de 8 horas
- Irritabilidade ou apatia (sonolência)
VÔMITOS INCOERCÍVEIS
(Vômitos constantes que não melhoram mesmo após medicação ou soro de reidratação oral)
* Diarreia com sangue (DISENTERIA)

# TRATAMENTO:

- Hidratação via oral (pela boca) – oferecer SORO DE REIDRATAÇÃO ORAL após cada diarreia e vômito.
ou
- Hidratação endovenosa (soro na veia) nos casos mais graves.
e
- Alimentação leve e em pequenas porções;
- PROBIÓTICOS;

A diarreia aguda pode durar até 14 dias, se não melhorar após esse período, procure o médico (pediatra ou gastropediatra).

Dra. Daniela Mendonça
Gastropediatra

CRM 20908 / RQE 12409


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

web aula ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA

Oies, segue abaixo o link da aula sobre ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA (APLV) para o site da licença da maternidade.
Assistam, é bem completa a aula.
beijos
Dra Daniela Mendonça


web aula APLV ACESSE AQUI



quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Consultório Dra. Dani

A partir de novembro 2017 estarei atendendo no meu próprio consultório para poder ter maior disponibilidade de horários e melhor atender a todos com o mesmo carinho e dedicação.

Atendo consultas particulares e os planos: Agemed, Bradesco, Mediservice e Funservir.

Para marcação de consulta:
Telefone:  (47) 3311 2013 - 2af a 6af das 8-12 h e 13:30-18 h
Whatsapp (47) 99632 0044 





domingo, 15 de outubro de 2017

Apareceu sangue nas fezes do meu filho, o que devo fazer?

Um quadro assustador e preocupante para qualquer mãe e pai é quando aparece sangue no cocô da criança e nessa situação seu filho deve sempre ser avaliado e examinado pelo pediatra e se persistir o sangramento, deve ser consultado por um gastropediatra.
E quais os possíveis diagnósticos devemos pensar?




COLITE ALÉRGICA (Alergia à proteína do leite de vaca APLV)
A COLITE ALÉRGICA ocorre em bebês menores de 2 anos de idade que mamam fórmula láctea ou leite materno e começam a apresentar fezes amolecidas com laivos de sangue, geralmente associado a outros sintomas como irritabilidade, cólicas, vômitos ou assaduras intensas.
O tratamento consiste na retirada da proteína do leite de vaca da dieta da criança por um determinado período de tempo até melhora do quadro.

Saiba mais aqui no meu blog: APLV



   FISSURA ANAL
A fissura anal pode aparecer em qualquer idade e acontece devido a um machucado na pele interna do ânus após a passagem de fezes endurecidas ou após um quadro intenso de diarreia. O paciente apresenta sangue vivo durante as evacuações ou logo após ou ao realizar a higiene anal. Em geral dói e precisa de avaliação e tratamento com pomadas locais.
Quando causada por fezes endurecidas, a constipação intestinal (intestino preso) deve ser tratada em associação ao tratamento da fissura anal.
Saiba mais sobre constipação: INTESTINO PRESO

DIARREIA INFECCIOSA (DISENTERIA)
Diarreia aguda infecciosa pode cursar com sangue nas fezes e nesses casos deve ser sempre tratada como infecção bacteriana com antibiótico devido aos riscos.

VERMINOSE

Alguns vermes podem causar sangramento intestinal, principalmente giardíase e amebíase. O ideal é fazer exame de fezes nas crianças com persistência de sangue nas fezes.

INVAGINAÇÃO INTESTINAL
A invaginação intestinal é um quadro grave com início súbito, dor abdominal, choro, vômitos e sangue nas fezes em aspecto de “geléia de morango”.  Necessita de avaliação urgente e o tratamento pode ser através de exame de radiografia contrastado (enema opaco) ou cirúrgico.

PÓLIPOS INTESTINAIS / RETAIS
Algumas pessoas podem apresentar pólipos (lesão que parece uma bolinha) no reto (final do intestino) e após evacuações devido ao esforço aparece sangue nas fezes. Para confirmação é necessário a colonoscopia que já faz o diagnóstico e a retirada do pólipo durante o exame.

DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL
(RETOCOLITE ULCERATIVA E DOENÇA DE CROHN)
São doenças autoimunes raras em crianças e cursam com inflamação crônica no intestino. Causa diarreia crônica com sangue e/ou muco, dor abdominal e emagrecimento, além de outros sintomas conforme a extensão da inflamação intestinal.
A doença inflamatória intestinal necessita de acompanhamento e tratamento contínuo por toda a vida.

DIVERTÍCULO DE MECKEL
É uma protuberância no intestino formada por tecido de outros órgãos (como do estômago ou pâncreas), apenas 3 % dos bebês nascem com esse divertículo e a maioria não apresenta nenhum sintoma.
Os casos que apresentam tecido do estômago podem secretar ácido no intestino, causar úlceras intestinais e sangramento intestinal, apresentando fezes com grande quantidade de sangue vivo ou escuro. O tratamento é cirúrgico.

Na dúvida, consulte um gastropediatra para avaliação e tratamento adequado.
Dúvidas? Escreva aqui ou mande um email: danielagastropediatra@outlook.com
Dra. Daniela Mendonça
Gastropediatra
CRM SC 20908/ RQE 12409

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

TESTE GENÉTICO PARA INTOLERÂNCIA À LACTOSE

 Intolerância à lactose é quando a pessoa não digere direito o açúcar do leite (lactose). Geralmente aparece na adolescência e na fase adulta, sendo rara em menores de 2 anos de idade.
O teste genético para avaliar intolerância à lactose tem como objetivo pesquisar mutações em alguns genes que levam a redução da produção da lactase que é a enzima responsável por quebrar a lactose e facilitar a digestão no intestino.
Se o exame vem com os genes que causam intolerância à lactose, isso significa que há uma predisposição genética para esse indivíduo se tornar intolerante, mas não necessariamente ele já esteja, pois a tendência é que isso ocorra aos poucos após os 5 anos de idade.
Portanto, para o diagnóstico correto deve ser feito o TESTE DE TOLERÂNCIA A LACTOSE que é um exame de sangue ou o teste de hidrogênio expirado que é um exame que se faz pela respiração, mas precisa de um preparo do paciente muito correto.
O teste genético é um complemento para quando o teste de tolerância à lactose vem positivo para intolerância e por isso, não deve ser solicitado para todas as crianças com suspeita de intolerância à lactose.
Na dúvida, procure um gastropediatra J 
Dra. Daniela Mendonça
Gastropediatra

CRM SC 20908/ RQE 12409


terça-feira, 12 de setembro de 2017

Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV)

Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV)
Você provavelmente já deve ter ouvido alguém dizer que o filho, sobrinho, neto ou amiguinho tem alergia a proteína do leite de vaca (APLV), mas antes de falar sobre isso, é fundamental diferenciarmos APLV, de intolerância a lactose, pois é muito comum que as pessoas confundam.
Intolerância a lactose é quando a pessoa não digere direito o açúcar o leite, e acredite, não se fala em intolerância em crianças menores de 2 anos de idade, e quando raramente isso acontece, ela é transitória, ou seja, geralmente aparece após uma diarreia infecciosa e desaparece após 2 ou 4 semanas.!
Já a alergia, é uma reação do sistema imunológico a algo que ele considera estranho, no caso da APLV, a reação é contra as proteínas do leite de vaca.
O reconhecimento e o diagnóstico ainda são difíceis, uma vez que não há um teste único ou combinação de exames para definição, sendo o diagnóstico na maioria das vezes realizado pelos sintomas clínicos. Além disso, cada criança pode apresentar uma forma e intensidade diferente da APLV.

A APLV está aumentando?



Sim, houve um aumento na prevalência da APLV de 0,2 % para 2 a 6 % nos últimos 10 anos, conforme a população estudada e existem algumas teorias que tentam explicar o motivo do aumento das alergias alimentares nas crianças.
O principal fator de risco é a predisposição genética para alergia, ou seja, se a mãe ou pai apresentam alguma alergia (rinite, dermatite, asma ou qualquer outra), a criança já nasce com um risco de 50 a 75 % de também ser alérgica e pode se manifestar como alergia alimentar na fase inicial da vida.
O contato precoce com a proteína do leite de vaca é outro fator de risco importante, principalmente nas primeiras horas de vida. Portanto, o aleitamento materno exclusivo é um protetor para esta e outras alergias.
Vamos fazer uma pausa, talvez você tenha pensado “Meu filho foi amamentado e teve APLV do mesmo jeito”, bem, o aleitamento materno é um protetor, no entanto, vale lembrar que não descarta as chances de seu filho ter APLV, pois há vários outros fatores de risco, tais como:
·         Prematuridade;
·         Introdução de alimentos sólidos antes dos 4 meses de idade;
·         Introdução do leite de vaca integral antes de 1 ano de idade;
·         Infecções intestinais;
·         Alterações da flora intestinal;
·         Uso repetitivo de antibióticos;
·         Uso abusivo de antiácidos.
E quais são os sinais e sintomas das crianças que nos fazem pensar em APLV?
No bebê menor de 1 ano de idade, a principal manifestação é a colite alérgica caracterizada por diarreia com sangue e muco. Mas em geral os sintomas são variados e podem ser separados conforme o tipo de mecanismo imunológico, ou seja, alergia mediada por IgE, alergia não mediada por IgE, ou alergia mista.
Alergia NÃO mediada por IgE – principais sintomas:
·         Sangue e muco nas fezes;
·         Diarreia persistente;
·         Vômitos /regurgitações;
·         Refluxo gastroesofágico de difícil controle;
·         Baixo ganho de peso;
·         Distensão abdominal;
·         Cólicas abdominais intensas;
·         Irritabilidade extrema;
·         Assaduras recorrentes ou de difícil tratamento.
Alergia mediada dor IgE (reações imediatas) – principais sintomas:
·         Síndrome de alergia oral (fica vermelho ao redor da boca após contato com o leite);
·         Anafilaxia gastrointestinal (vômitos e diarreia logo após ingerir leite);
·         Urticária (manchas vermelhas na pele);
·         Angioedema (incha os olhos e a boca);
·         Rinite e conjuntivite alérgicas;
·         Choque anafilático.
Alergia mista (há envolvimento dos dois mecanismos)
·         Dermatite atópica (lesões vermelhas na pele com descamações);
·         Asma Brônquica;
·         Esofagite eosinofílica
E todo sangue nas fezes em bebês é sinal de APLV?
Não, existem outras causas. Por isso, bebês e crianças que apresentam sangue e muco nas fezes, devem ser avaliadas por um pediatra e por um gastropediatra.
As outras causas de sangramento intestinal são:
·         Fissura anal (que é um corte na pele do ânus);
·         Invaginação intestinal (quadro grave que necessita de cirurgia);
·         Reação à vacina do rotavírus.

Falando nisso, a vacina do rotavírus pode ser uma causadora de APLV?

NÃO há nenhuma associação entre o uso da vacina rotavírus e o desenvolvimento da APLV.
Os eventos adversos mais comuns das vacinas rotavírus são: irritabilidade, febre, vômitos e diarreia, o que pode ser também atribuído às vacinas que são aplicadas simultaneamente no calendário vacinal da criança. A vacina pode, raramente, causar sangue nas fezes.
Lactentes que apresentam quadro de APLV com doença diarreica moderada ou grave ou vômitos, devem ter a aplicação da vacina adiada até a recuperação geral.
A ampliação do conhecimento e uso de exames diagnósticos para APLV têm contribuído para maior número de casos suspeitos e diagnosticados. Além disso, a idade em que a vacina é realizada coincide com a idade de maior diagnóstico da alergia, podendo aí haver forte coincidência temporal de fatores envolvidos.
Portanto, as Sociedades Brasileiras de Alergia e Imunologia (ASBAI), Imunizações (SBIm) e de Pediatria (SBP – Departamentos de Imunizações e Alergia) reafirmam a eficácia e a segurança das vacinas rotavírus e recomendam o uso rotineiro no calendário vacinal da criança, frente à grande importância e impacto que a doença tem na saúde infantil.
E qual o tratamento da APLV?
O tratamento é NUTRICIONAL, a proteína do leite de vaca deve ser excluída da dieta da criança por um período que pode variar de 6 meses a 5 anos, mas alguns poucos casos por mais tempo.
No caso da APLV, não adianta usar produtos sem lactose, pois o problema não é a lactose e sim a proteína do leite.
Quando o bebê mama leite materno, a dieta de exclusão é feita na mãe e o leite materno sempre deve ser mantido. A dieta da mãe que amamenta o bebê APLV deve ser restrita da proteína do leite de vaca (leite, derivados e alimentos contendo leite), da proteína de outros animais (como cabra e búfala) e da proteína da soja (na maioria dos pacientes).
O leite de vaca não deve ser substituído por leite de cabra nem leite de búfala, pois apresentam a proteína semelhante e fazem reação cruzada em até 97 % dos pacientes APLV.
A soja pode ser indicada com cautela em alguns pacientes com APLV mediada por IgE após 6 meses de idade. Essa conduta é pouco usada, apesar de ser indicada no consenso de alergia alimentar.
Bebidas vegetais (os famosos leites de arroz,  aveia,  castanha, amêndoas e agora o de inhame) NÃO são recomendadas como substitutas das fórmulas especiais para crianças APLV. Elas são pobres em proteínas e não suprem as necessidades nutricionais de cálcio, zinco e vários outros elementos essenciais para essa fase de pleno crescimento da criança.
Atualmente são usados “leites especiais” para a substituição do leite de vaca, que são as fórmulas extensamente hidrolisadas ou à base de aminoácidos, sendo as únicas indicadas para uma dieta adequada em crianças com APLV.
Algumas crianças APLV precisam de controle dos traços de leite que são pequenas contaminações da proteína do leite em alimentos e utensílios que já entraram em contato com leite. Cada paciente deve ser avaliado individualmente, pois atualmente só tem indicação de controle de traços de leite para os pacientes que reagem aos mesmos.
APLV tem cura?
Curiosamente, a maioria das crianças melhora da APLV. Um estudo relata que 45-50% melhoram até 1 ano, 60-75% até 2 anos e 85-90% até 3  anos de idade.
Sabe-se que a maioria dos pacientes com APLV não mediados por IgE melhora até 1 ano de idade e praticamente 100 % estará curado até 3 anos de vida.

O meu recadinho final é que …

Alergia alimentar é uma condição relativamente nova para todos, médicos, familiares, pais e crianças e por isso, que as condutas mudam sempre e se atualizam conforme vão aparecendo novos estudos.
Os pais e a família das crianças com APLV precisam de apoio e informações claras, por isso, procurem um bom pediatra ou gastropediatra ou alergista pediátrico para acompanhar.  Seu filho precisa de uma consulta bem feita e de um profissional competente, atencioso e disponível, que explique sobre a alergia e esteja acessível para as dúvidas e intercorrências que poderão surgir.
E não se esqueça, diferente da intolerância a lactose, a criança que tem APLV não pode ter nenhum contato com a proteína do leite, pois um mínimo pedaço de alimento ou gota de leite, é suficiente para desencadear reações. Por isso, não ofereça nada a nenhuma criança, sem antes perguntar aos pais se pode.
Dra. Daniela Mendonça
Gastropediatra
CRM SC 20908/ RQE 12409
danielagastropediatra@outlook.com
Atendimento no Balneário Camboriú SC e Itajaí SC, endereços no meu site :
www.danielagastropediatra.com.br

Artigo original foi criado para o site Licença maternidade, acesse aqui: http://www.licencamaternidade.com/pediatria/alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca-aplv/

Minha entrevista sobre APLV no programa Ver Mais


sábado, 2 de setembro de 2017

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) e ALERGIA ALIMENTAR / INTOLERÂNCIA ALIMENTAR, será que estão relacionados?

O posicionamento da Sociedade Brasileira de Pediatria é que NÃO há dados científicos que suportem a indicação da dieta sem glúten e/ou sem caseína (leite de vaca) para o espectro autista. 
Dietas de restrição devem ser realizadas somente em caso de diagnóstico estabelecido de intolerância ou alergia alimentar.
Segue abaixo o Documento Científico da SBP. 
Dra. Daniela Mendonça 
Gastropediatra 
CRM SC 20908






quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Alergias alimentares - News


Oies hoje foi dia de estudo e segue abaixo os assuntos mais importantes do Simpósio Internacional de Alergias Alimentares realizado pelo Instituto Girassol:
  
O leite materno deve ser sempre mantido e incentivado nos bebês com alergia alimentar e alergia à proteína do leite de vaca ( APLV ).

- Mães que amamentam bebês não alérgicos a proteína do leite de vaca (não APLV) NÃO devem fazer a dieta de restrição ao leite,  pois há estudos mostrando que esses bebês tem maior risco de desenvolverem APLV depois com o contato.  
Portanto,  a mãe que amamenta só deve fazer a dieta de exclusão à proteína do leite de vaca para o bebê com diagnóstico de APLV.

Bebidas vegetais (os famosos leites de arroz,  aveia,  castanha, amêndoas e agora o de inhame) NÃO são recomendadas como substitutas das fórmulas especiais (fórmulas extensamente hidrolisadas e fórmulas à base de aminoácidos livres) para crianças APLV menores de 2 anos de idade (nem nos maiores na minha opinião).
Essas bebidas vegetais são pobres em proteínas e não suprem as necessidades nutricionais de cálcio, zinco e vários outros oligoelementos essenciais para essa fase de pleno crescimento da criança.  
Estudos apontam que as crianças que usam bebidas vegetais apresentam baixo ganho de estrutura (são crianças mais baixas). 

- Crianças APLV que reagem ao ingerir o leite de vaca, mas não reagem via leite materno,  a mãe não precisa fazer a dieta de restrição da proteína do leite de vaca.  Cada caso deve ser avaliado individualmente por um gastropediatra ou por um alergista pediátrico e definido se precisa ou não a dieta materna.

- Os exames de dosagem específica de IgE para alimentos (Rast / Immunocap) não devem ser solicitados para todos os pacientes com suspeita de alergia alimentar, pois o diagnóstico é clínico. Alguns exames podem significar sensibilização e não reação alérgica. Na dúvida, deve-se retirar o alimento suspeito da dieta por um determinado período de tempo para a melhora e depois reintroduzir, o retorno dos sintomas confirma o diagnóstico.

Acredito que esses são os assuntos que mais causam polêmica. 

Dúvidas ? Todos temos, pois alergia alimentar é complexo e é preciso estudar sempre e aplicar condutas com evidências científicas.

Tenham cuidado com modismos e procurem sempre profissionais sérios e competentes.

Dra. Daniela Mendonça 
Gastropediatra 
CRM SC 20908/ RQE 12409


terça-feira, 22 de agosto de 2017

MEU FILHO NÃO FAZ COCÔ, E AGORA?

Os bebês menores de 6 meses de idade que estão em aleitamento materno exclusivo podem apresentar a PSEUDOCONSTIPAÇÃO DO LACTENTE (FALSA CONSTIPAÇÃO DO BEBÊ) que é caracterizada pela eliminação de fezes amolecidas após 3 a 15 dias (algumas literaturas citam até 3 semanas sem evacuar). Isso acontece geralmente entre 2 e 4 meses de idade quando o intestino está em pleno amadurecimento e é uma condição comum e normal em bebês saudáveis que ganham peso e se desenvolvem adequadamente.
Mas se o bebê fica mais de 10 dias sem evacuar e tem cólicas intensas, não ganha peso ou só consegue evacuar por meio de estímulo retal (supositório), esse bebê deve ser avaliado por um gastropediatra para excluir má formação intestinal (como doença de Hirschsprung ), proctite por alergia a proteína do leite de vaca (APLV) e anomalias anorretais (que necessitam do acompanhamento e tratamento da cirurgia pediátrica).

As crianças maiores com dificuldade para fazer cocô apresentam CONSTIPAÇÃO INTESTINAL CRÔNICA FUNCIONAL (intestino preso) que é quando o indivíduo demora dias para evacuar (2 vezes ou menos na semana) e acaba evacuando fezes muito grosseiras (que até entopem o vaso sanitário ) e/ou fezes em cíbalos (em bolinhas) e/ou com muito esforço e sofrimento para evacuar. Algumas vezes, sujam a roupa com pequena quantidade de fezes e a maioria reclama de dor abdominal.
A constipação tem tratamento, converse com seu pediatra e procure um GASTROPEDIATRA.
Dra. Daniela Mendonça
Gastropediatra
CRM 20908 / RQE 12409