A lactose é o açúcar do leite e é o segundo principal componente do leite materno.
Por isso, geralmente os bebês não apresentam intolerância à lactose até os 2 anos de idade e quando têm algum problema com o leite, na maioria das vezes é alergia à proteína do leite de vaca (APLV).
A intolerância à lactose é uma síndrome clínica composta por um ou mais dos seguintes sintomas: dor abdominal, diarreia, náusea, flatulência e/ou distensão abdominal após a ingestão de lactose ou de produtos alimentícios contendo lactose. A quantidade de lactose necessária para desencadear os sintomas varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da porção de lactose ingerida, do grau de deficiência de lactase (enzima que digere a lactose) e do tipo de alimento com o qual a lactose foi ingerida. A maioria dos casos desenvolve os sintomas no final da adolescência e na vida adulta.
Alergia é uma reação do sistema imunológico a algo que ele considera estranho, no caso da APLV, a reação é contra as proteínas do leite de vaca. Na APLV não mediada por IgE os sinais e sintomas são principalmente gastrointestinais, como diarreia com sangue e muco, vômitos persistentes, refluxo gastroesofágico de difícil controle, cólicas abdominais intensas, distensão abdominal importante, constipação intestinal por proctite e, em associação a esses sinais, o bebê pode apresentar irritabilidade e/ou baixo ganho de peso e/ou assadura recorrente de difícil tratamento. É mais prevalente em crianças menores de 2 anos e tende a melhorar com o crescimento da criança até os 5 anos de idade.
Se o bebê é amamentado e apresenta sinais de APLV, a mãe deve fazer a dieta de restrição à proteína do leite de vaca, ou seja, deve parar de ingerir leite, derivados e alimentos contendo leite. Também deve evitar a proteína da soja e de outros leites animais, como cabra e búfala, pois são proteínas semelhantes a do leite de vaca e podem fazer reação cruzada provocando os mesmo sintomas na criança. No caso da APLV, não adianta usar produtos sem lactose, pois o problema não é a lactose e sim a proteína do leite.
Esse post foi feito para reafirmar que o leite materno é sempre o melhor alimento para o bebê e que existem poucas e raras contra indicações para a amamentação.
Dra. Daniela Mendonça
Gastropediatra
CRM 20908 / RQE 12409
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